quarta-feira, 27 de maio de 2009

Deus e o infinito.

1 O que é Deus?

– Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.¹

2 O que devemos entender por infinito?

– O que não tem começo nem fim; o desconhecido; tudo o que é desconhecido é infinito.

3 Poderíamos dizer que Deus é infinito?

– Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência.

Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo² de uma coisa por ela própria, é definir uma coisa que não é conhecida por uma outra igualmente desconhecida.

1. O texto colocado após o travessão na seqüência das perguntas é a resposta que os Espíritos deram. O sinal indica que é um comentário de Kardec às respostas dos Espíritos (N. E.).
2. Atributo: qualidade de um ser, aquilo que lhe é próprio. Neste caso, ser infinito é uma das qualidades de Deus entre todas as demais, mas não é só isso, ou não é o bastante para O concebermos (N. E.).

O Livro dos espíritos, Parte primeira - As causas primárias, Capítulo I - Deus / Deus e o infinito - Provas da existencia de Deus - Atributos da divindade - Panteísmo. http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/le/index.html

terça-feira, 26 de maio de 2009

Noções da Unipresença de Deus.


"Temos ainda outra questão bastante interessante sobre Deus, muitos questionan ou têm dúvidas sobre a faculdade da unipresença divina. Os espíritos nos esclarecem que nem tudo é dado saber sobre Deus, devido a nossa incapacidade de compreensão, ou ainda devido a limitações linguísticas - como um silvícola é incapaz de descrever as novas maravilhas da tecnologia, porém na Gênese Cap. II, Item 27 de Allan Kardec, temos um exemplo muito interessante sobre a unipresença. Trata-se de uma analogia entre a presença de Deus sobre o universo e a "unipresença" que um espírito exerce sobre o respectivo corpo encarnado. Esclarece-nos a Gênese de que da mesma forma que todo movimento de um músculo, nervo, articulação, etc. produzam tem a ciência do espírito que o reveste, Deus tembém, como que "espalhado" pelo universo é sensível a todas as minúcias ocorridas no mesmo. Da mesmo forma que existe a sensibilidade do espírito a nível atômico no corpo ligado através do perispírito, assim existe a conexão de Deus com cada ser, com cada espírito existente no universo, ou seja, Deus está literalmente sempre ao nosso lado, exercendo sua bondade e justiça infinita, lembremo-nos sempre dessa faculdade divina nos momentos de dificuldade, tenhamo-la como mensagem de conforto e resignação."

Matéria "Deus - a forma, a consciência, presença e retorno à divindade" de Pedro Valiati, na Revista Internacional de Espiritismo de Maio de 2009.

domingo, 24 de maio de 2009

Benefícios Imediatos.


Entre o Aprendiz e o Orientador se estabeleceu o precioso diálogo:

-Instrutor, qual é a força que domina a vida?

-Sem dúvida, o amor.

-Esse poder tudo resolve de pronto?

-Entre as criaturas humanas, de modo geral, ainda existem problemas, alusivos ao amor que demandam muito tempo a fim de que se atinja a solução no campo do entendimento.

-E qual o recurso máximo que nos garante segurança entre as desarmonias do mundo?

-A fé.

-Pode a fé ser obtida, de momento para outro?

-Não é assim. A confiança raciocinada reclama edificação vagarosa no curso dos dias.

-A que fator nos cabe recorrer, para que nos conservem o ânimo e a alegria de servir entre conflitos da existência?

-A paz.

-E a paz surge expontânea?

-Também não. Ninguém conhece a verdadeira paz sem trabalho e todo trabalho pede luta.

-Então instrutor, não existe elemento algum no mundo que nos assegure benefícios imediatos?

-Existe.

-Onde está esse prodígio, se vejo atritos por toda parte, na Terra?

-O Mentor fez expressivo gesto de compreensão e rematou:

-Filho, a única força capaz de proporcionar-nos triunfos imediatos, em quaisquer setores da vida, é a força da paciência.

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pronto Socorro. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A Música e o Coração.



A música e o coração têm mistérios que entre si se relacionam.

É por isso que a uns agrada mais esta ou aquela melodia.

Tal sinfonia faz vibrar os sentimentos de determinada pessoa, enquanto que a outra pouco agrada, ou, mesmo, aborrece.

Cada indivíduo, segundo as condições especialíssimas do seu estado psíquico, fica mais ou menos em consonância com determinada harmonia de uma música.

Há afinações, na harmonia dos sentimentos, que correspondem às afinações na harmonia dos sons.

A música e o coração são confidentes que muito bem se entendem.

Pela predileção das melodias pode-se descobrir perfeitamente, entre as pessoas, as que se acham irmanadas pelos sentimentos.

As cordas da lira e do coração afinam-se num diapasão comum.

Há mistérios entre a harmonia que regula o equilíbrio das notas e aquela que preside ao equilíbrio do nosso "Eu".

Considerando tudo isso, é preciso admitir que a música é um excelente recurso pedagógico.

As canções de boa qualidade despertam na criança o gosto pela arte, pelo belo, pelo bem, porque desenvolve a sensibilidade.

Além disso, a música auxilia no aprendizado porque favorece a fixação de conteúdos.

Como podemos perceber, a influência da música é muito forte sobre a alma da criança.

O coração da criança é como a harpa, que vibra ao mais sutil dos toques.

Pode expressar-se doce e suave como o perfume da violeta, ou rugir como a tempestade...

Explodir como o raio, ou lamentar-se como a brisa...

Pode ser precipitada como as cascatas, ou calma como um lago... Murmurar como um regato ou roncar como uma torrente...

Pode ter a aridez do deserto, ou o aconchego de um oásis...

Ser triste e melancólica como o outono, ou jovem e alegre como a primavera... Desordenada como a paixão, ou límpida como o amor...

E quando essa harpa é dedilhada com sabedoria e ternura produz a mais bela e vibrante canção de esperança...

É por essa razão que a música é a arte que vai mais direta ao coração...

Pense nisso!

A harmonia, a ciência e a virtude são as três concepções do espírito; a primeira o extasia, a segunda o esclarece, a terceira o eleva.

Possuídas em suas plenitudes, elas se confundem e constituem a pureza.

O compositor que concebe a harmonia e a traduz na grosseira linguagem chamada música, concretiza a idéia, escreve-a.

Se o compositor é terra-a-terra, como representará a virtude que ele desdenha, o belo que ignora e o grande que não compreende?

Suas composições serão o reflexo de seus gostos sensuais, de sua leviandade, de sua indiferença.

Elas serão ora licenciosas e ora obscenas, ora cômicas, ora burlescas; comunicarão aos ouvintes sentimentos que pervertem ao invés de engrandecer.

Já a alma virtuosa, que tem a paixão do bem, do belo, do grande, e que adquiriu a harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as almas mais blindadas e comovê-las.

Pensemos nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na mensagem intitulada A música e o coração, do livro Nas pegadas do Mestre, e em mensagens do Espírito Rossini, publicada na Revista Espírita de março1869 e de Lamennais, Revista Espírita de maio de 1861.

Desculpemos.

Desculpemos, infinitamente.

Tudo na vida se reveste de importância fundamental no aprimoramento comum.

Dura é a pedra e áspera se nos afigura a longa extensão de areia, entretanto, fazem o leito das águas para que o rio não se perca.

Obscura é a noite, mas, sem ela, as criaturas encarnadas desconheceriam as estrelas.

Desditosa e feia é a lagarta, contudo é a tecelã dos fios de seda nobre que honra os ideais da beleza terrestre.

Asfixiante é a dor, mas, sem o sofrimento, jamais seríamos advertidos pela verdade.

Sempre que a mágoa ou a ofensa nos bater à porta, desculpemo-las quantas vezes se fizerem necessárias.

É pelo esquecimento de nossos erros que o Senhor se impõe sobre nós, porque só a bondade torna a vida realmente grande e em condições de ser divinamente vitoriosa, sentida com sinceridade e vivida em gloriosa plenitude.

Meimei

extraído do livro "Cartas do Coração" - Francisco C. Xavier Fundação do Aliança Divino Pastor - RJ - 1952

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Força do Pensamento.


"Não foram informados de que a criação mental é quase tudo em nossa vida?"

"Será crível que, somente por admitir o poder do pensamento, ficasse o homem liberto de toda a condição inferior? Impossível!"

"Todos sabemos que o pensamento é força essencial, mas não admitimos nossa milenária viciação no desvio dessa força."

"Ora, é coisa sabida que um homem é obrigado a alimentar os próprios filhos; nas mesmas condições, cada espírito é compelido a manter e nutrir as criações que lhe são peculiares. Uma idéia criminosa produzirá gerações mentais da mesma natureza; um princípio elevado obedecerá à mesma lei. Recorramos a símbolo mais simples. Após elevar-se às alturas, a água volta purificada, veiculando vigorosos fluidos vitais, no orvalho protetor ou na chuva benéfica; conservemo-la com os detritos da terra e fá-la-emos habitação de micróbios destruidores."

"O pensamento é força viva, em toda parte; é atmosfera criadora que envolve o Pai e os filhos, a Causa e os Efeitos, no Lar Universal. Nele, transformam-se homens em anjos, a caminho do céu ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do inferno."

"Apreendem vocês a importância disso?"

"Compreendamos a grandiosidade das leis do pensamento e submetamo-nos a elas, desde hoje."

"Quem deseja aproveitar?"

Ministra Veneranda, no capítulo 37 (a preleção da ministra) da obra "Nosso Lar", de André Luiz ditada a Chico Xavier.

terça-feira, 19 de maio de 2009

À Luz do Espiritismo

A história da Humanidade tem, no livro nobre, seu gloriosos repositório. Em todos os tempos o livro tem sido o condutor das mentes e o mensageiro da vida.

O Mahabharata, que remonta ao século XVI antes de Cristo, narrando as guerras dos Coravas e Pandavas, é o ponto de partida do pensamento lendário da India, apresentando Krishna, no excelente Bagavadgita, a expor a Ardjuna incomparável filosofia mística onde repontam as nobres revelações palingenésicas.

A Bíblia - antigo Testamento - historiando as jornadas de Israel, oferece a concepção sublime do deus Único, Soberano e Senhor de todas as coisas.

Platão, cuja filosofia tem por método a dialética, expondo os pensamentos de Sócrates, seu mestre, nos jardins de Academos, coroa sua obra com a harmoniosa teoria das idéias, afirmando, no memorável "Fédon!, "que viver é recordar" e expressando a cultura haurida no Egito, onde recebera informações sobre a doutrina dos renascimentos.

O Evangelho de Jesus Cristo, traduzido para todos os idiomas e quase todos os dialetos do globo, faz do amor o celeiro de bênçãos da Humanidade.

O Alcorão, redigido após a morte de Maomé e dividido em 114 suratas ou capítulos, constitui a base de toda a civilização muçulmana, fonte única da verdade, do direito, da justiça...

Sem desejarmos reportar-nos à literatura mundial, não podemos, entretanto, esquecer que Agostinho, através das suas Confissões, inaugurando um período novo para o pensamento, abriu as portas para o estudo da personalidade, numa severa autocrítica, e que Tertuliano, com a Apologética, iniciou uma era para o Cristianismo que se mescla, desde então, com dogmas e preceitos que lhe maculam a pureza, através de sutilezas teológicas.

Dante, o florentino, satirizando seus inimigos políticos, apresentou uma visão mediúnica da vida além-túmulo.

Monge anônimo sugeriu uma Imitação de Cristo como vereda de sublimação para a alma encarnada...

Nostradamus, astrólogo e médico, escreveu sibilinamente as Centúrias, gravando sua visão profética do futuro.

Camões, com pena de mestre, compôs Os Lusíadas e registra os feitos heróicos de Portugal, repetindo os lances de Flávio Josefo em relação aos judeus e dos historiadores greco-romanos de antes de Jesus Cristo.

Depois do Renascimento, como advento da imprensa, o campo das idéias sofreu impacto violento, graças à força exuberante do livro. Pôde, então, o mundo pensar com mais facilidade.

A Revolução Francesa é o fruto do livro enciclopédico, com ela nascendo as lutas de independência de todo o Novo Continente, inspiradas nas páginas épicas da liberdade.

Artur Schopenhauer, entretanto, sugeriu o suicídio, no seu terrível pessimismo, em Dores do Mundo, enquanto Friedrich Nietzsche, no famoso Assim Falava Zaratrusta, tentou solucionar o problema espiritual e moral do homem, através de uma filosofia da cultura da energia vital e da vontade de poder que o conduz ao "super-homem", oferecendo elementos aos teorizantes do racismo germânico, de cujas conseqüências ainda sofre a Humanidade.

Karl Marx, sedento de liberdade, expôs de maneira puramente materialista a solução dos problemas econômicos do mundo em O Capital e criou o socialismo científico, que abriu as portas ao moderno comunismo ateu.

Leão XIII compôs a Encíclica Rerum Novarum para solucionar as dificuldades nascidas nos desajustes de classes, oferecendo aos operários humildes, bem como aos patrões, os métodos do equilíbrio e da paz; todavia, a própria Igreja Romana continuou a manter-se longe da Justiça Social...

E o livro continua libertando, revolucionando, escravizando...

Clássico ou moderno, rebuscado ou simples, o livro campeia e movimenta mentes, alargando ou estreitando os horizontes do pensamento.

É, em razão disso, que um novo livro, recordando todos os livros, oferece ao homem moderno resposta nova às velhas indagações, propondo soluções abençoadas em torno do antiqüissimo problema da felicidade humana.

O LIVRO ESPÍRITA, como farol em noite escura, é também esperança e consolação.
Esclarecendo quem é o homem, donde vem e para onde vai, sugere métodos mais condizentes com o Cristianismo - Cristianismo que é a Doutrina Espírita - num momento de desesperaçõa de todas as criaturas.

Renovador, o Livro Espírita encoraja o espírito em qualquer situação; esclarece os enigmas da psique humana; filosófico, desvela os problemas do ser; religioso, conduz o homem a Deus, e abrange todos os demais setores das atividades humanas.

Desse modo, o Livro Espírita - no momento em que a literatura de desumaniza e vulgariza, tornando-se serva dos interesses subalternos de classe e governo, política e raça, fronteira e poder - disseminando o amor e propagando a bondade, oferece ao pensamento universal as excelentes oportunidades de glória e imortalidade.

Saudemo-lo, pois!

Franco, Divaldo P.. Da obra: O Livro Espírita. Ditado pelo Espírito Vianna de Carvalho.

E assim inauguro a publicação deste Blog, desejando Luz no seu caminho.